quarta-feira, 11 de junho de 2008

SEVERO D'ACELINO.



SEVERO D’ACELINO. - José Severo dos Santos. Sergipano de Aracaju(47) Filho de Acelino Severo dos Santos e Odília Eliza da Conceição, neto de Mãe Eliza de Aiyrá. Casado com Maria José Dias Porto Severo dos Santos, Pai de Obanshe e Iyanzamé Severo D’Acelino e Porto. Severo D’Acelino fundador do Movimento Negro contemporâneo de Sergipe(68) Bahia(73) Alagoas(80) é Ativista dos Direitos Civis, Militante do Movimento Negro – Fundador e Coordenador Geral da Casa de Cultura Afro Sergipana Ex-GRFACACA(68) Conselheiro Estadual de Cultura. Autor de diversas monografias sobre a temática afroindigena com ênfase na cultura popular e religiosa sergipana, egresso das universidades federais de Sergipe e da Bahia. Não tem formação teórica. Poeta, Dramaturgo, Ator, Compositor, Contista, Pesquisador Conferencista, Coreógrafo.Dirigiu Navio Negreiro, Vozes D”África, De Como Revisar Um Marido Oscar, Terra Poeira In Cantus, Algemas Partidas;, Save Our Sur; Dança dos Inkices D’Angola, Água de Oxalá, Iybó Iná Iyê, Suíte Nagô. Protagonizou no cinema o personagem Galanga Gonguemba Iybiala Chana,,conhecido por CHICO REY, atuou como Candelário em Espelho D’Água e como Alfredão no Seriado Tereza Baptista Cansada de Guerra, produziu e dirigiu o Documentário etnográfico Filhos de Obá apresentado no Congresso Internacional de Culturas Negras das Américas, África e Caribe . Participa do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, Instituto Nacional de Tradições e Cultura Afro Brasileira é Oni Odé do Iylê Ashe Opô Aiyrá. Autor de Panáfrica África Iya N’La, Quelóde, Visões do Olhar em Transe. Entre seus títulos e homenagens destacam: Cidadão Larangeirense., Bastião do Movimento Negro em Sergipe, pela Secretária Estadual de Cultura, bem como Diploma Memorial do Teatro Sergipano, Secretaria de Justiça de Sergipe o Troféu de Igualdade Racial, a Medalha de Mérito Cultural Ignácio Barbosa, pelo Município de Aracaju, o Troféu CURTA-SE. Foi Conselheiro Municipal de Cultura e Conselheiro Nacional do Memorial Zumbí. Em luta contra o Racismo em Sergipe, tem desenvolvido diversas ações no Legislativo na produção de Leis capazes de atenuar os conflitos decorrentes da falta de Políticas Públicas e dar visibilidade ao coletivo negro sergipano, com ênfase no preto e seu Arquivo Humano e Patrimônio Cultural, como o Tombamento do Terreiro Filhos de Obá, e o reconhecimento de JOÃO MULUNGU E QUINTINO DE LACERDA como Heróis Negro Sergipano.Autor dos projetos de Inclusão da Cultura Negra nas grades das disciplinas do ensino fundamental e médio do Estado, uma votada pelo Conselho Estadual de Educação em 86 e outra votada pelo Legislativo Estadual em 99. É contra a reserva de vagas para negros nas universidades, se bate para que o negro seja contemplado com a releitura da educação onde a prática da metodologia inclusiva com conteúdos racial seja implementado em todas as disciplinas no sentido da relevância do negro e suas culturas na sociedade sergipana como instrumento para atenuar o apartheid e combater o racismo, alimentado pelo Estado através dos seus poderes. “Dentre os projetos mais importantes destaca o “Projeto Cultural de Educação ‘João Mulungu vai ás Escolas” onde itinerantemente difunde nas Escolas a importância do Negro e suas Culturas na formação da Cultura Sergipana, através da cultura local e para tanto produziu diversos Cadernos Pedagógicos sobre o tema e os Cadernos Diversidade Etno Históricos e Culturais dos Municípios dando ênfase ao Negro e o Índio, repensando a educação regionalizada, bem como o Livro de Teste Metodologia da Educação Inclusiva, prefaciada pelo expoente da cultura sergipana. Luiz Antônio Barreto. O Projeto Cultural de Educação na sua última edição atingiu 48.789 mil participante em 16 municípios da zona sul e foi politicamente retirado. Realizou diversos Cursos, Conferências e Palestras nas Escolas, Comunidades de Terreiros, Associações de Moradores, Faculdades, Organizações Militares e de Segurança, Comunidades Remanescentes de Antigos Quilombos e apresentado diversos projetos e temas em Seminários, Conferências estaduais, Internacional e Congressos a níveis Nacionais e Internacionais além de oferecer aos legislativos Municipais e Estadual diversos Projetos de interesse do coletivo afro negro sergipano, no âmbito dos Direitos Humanos, Religião,Arquivo Humano e Educação. Editou o Jornal IdentidadeS, veiculo de transformação e divulgação do conteúdo afro sergipano com o instrumento de debates coletivo sobre as nossas Questões e Condições, divulgando as grandes contribuições dos nossos pesquisadores e intelectuais sobre a temática. Lutar contra as adversidades é uma tarefa de inteligência e precisa de múltiplas estratégias para sobreviver e passar por cima das retaliações e dos ciúmes pessoais e coletivos. Temos um excelente Arquivo Humano, como referencial de Luta e dentre eles, João Mulungu, o Herói Negro de Sergipe e Quintino de Lacerda, o Herói Negro sergipano de Itabaiana, herói de Santos, Líder do maior Quilombo fora de Palmares. o primeiro vereador negro do Brasil e agraciado por bravura pela Presidente Marechal Floriano Peixoto. Seus reconhecimentos têm a chancela de Severo D’Acelino, ampliado pelos inúmeros admiradores e parceiros anônimos, da nossa luta, a luta do negro por melhores condições, dignidade e respeito. A luta continua é a Resistência Negra que pede passagem e busca aliados na revisitação ancestral e radicalização nas práticas democráticas na desconstrução dos mitos e revitalização da Identidade Etno Histórica e Racial. Hoje a Casa de Cultura Afro Sergipana (1968), passa por transformação estrutural e funcional, com seu foco na Educação e redirecionamento na metodologia através do Transculturalismo e Multiculturalismo como visão Panafricana da Diáspora Negra numa africanidade cultural que se instala com o Centro de Pedagogia Afro Sergipana, cujo objetivo é a formação e treinamento de professores e Agentes multiplicadores através de Cursos de Extensão Universitária, na sede e itinerante. Eu Severo D’Acelino, sou o alvo preferido pelos políticos dos quatros poderes de Sergipe,( a mídia, instrumentos dos poderosos só liberam espaços para negros na ação policial. É racista e comanda o apartheid no estado que se diz laico e democrático). Estou sempre excluído e perseguido pelas minhas afirmação e convicções denunciosas, mas não difamatórias ou desrespeitosas. Afirma que Sergipe é o Estado mais Racista do Brasil. 86% de sua população é negra, mas não se assume. Aqui o negro é o preto, os outros são brancos., daí não haver políticas públicas para negros. Atuação: em defesa do negro sergipano, através do Teatro, das Tradições Populares, dos Direitos Humanos, da Cultura e da Educação. Severo D’Acelino.

O PRODUTOR DA MEMÓRIA DE QUINTINO EM SANTOS



PROTAGONISTA DA ORGANIZAÇÃO
População Negra e Sambistas de Santos

PROJETO QUINTINO DE LACERDA, preservação da memória sobre a contribuição do NEGRO E SAMBISTA DE SANTOS, visando resgatar a verdadeira história, inclui a participação de diferentes autores cujas contribuições se fundem como Produção de Cultura Negra de Santos.

Direitos assegurados no artigo 5º da Lei Nº 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 a qual trata dos Direitos Autorais no Brasil, publicação realizada pela Câmara Municipal de Santos, conforme Oficio Nº 2934/91-SR data 28 de junho de 1991.

Consta a participação da Divisão Regional do Ensino, Secretaria Municipal de Educação e diversos Segmentos Organizados e Representativos da Comunidade Negra de Santos, Sindicatos, Clubes, Escolas de Samba e segmentos interessados total de 32.

A criação foi sugestão da historiadora de Santos Wilma Therezinha Fernandes de Andrade, para tal nos outorgou a integra do trabalho que orientou sobre a Vida de Quintino de Lacerda, monografia conclusão do Curso de Licenciatura Plena em História na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, Universidade Católica de Santos, autora Márcia Campelo.

A institucionalização das leis integradas aconteceu entre 1983 a 1988 pelo desempenho no desenvolvido no Projeto Quintino de Lacerda.

CONTRIBUIÇÃO VOLTADA PARA A IDENTIDADE, FATOR ECONÔMICO E REALIZAÇÃO DA CIDADANIA !!!

O maior prêmio é merecer a vida e, pela cultura, aprender a compartilhar para que esta vida seja melhor para todos.

Essa vida vivida com deveres e responsabilidades, mas também plena de direitos, beleza, criação e o poder de ser o que realmente somos: donos dos nossos próprios destinos.

Projeto Quintino de Lacerda Institucionalização da Produção de Cultura Negra na Baixada Santista Resumo e Texto Completo parte do Seminário Nacional de História e Cultura Afrobrasileira realizado de 19 a 22 de novembro de 2007, na cidade de Campina Grande – PB, sob responsabilidade do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e dos Povos Indígenas (Nea-í), da Universidade Federal da Paraiba

QUINTINO DE LACERDA ABOLICIONISTA




Quintino o Abolicionista
QUINTINO DE LACERDA O ABOLICIONISTA

O Fruto de Palmares vingou.

O sonho de liberdade cresceu cada vez mais.

A última grande luta, foi a campanha pela Abolição. Nela participaram muitos brasileiros, alguns contados pela História, outros injustamente esquecidos.

Aqui em Santos, tivemos uma grande figura Abolicionista esquecida pela História: Quintino de Lacerda.

Quem foi este homem ?

Nascido em Sergipe em 8 de junho de 1839, trabalhou como escravo na cozinha da família de Antônio Lacerda Franco, que o tratava como amigo.

Foi libertado pôr seu dono e escolhido pêlos Negros Abolicionistas como chefe do Quilombo do Jabaquara, para onde vinham os Negros fugidos de São Paulo.

Ali lutou pôr seu ideal, amparando os fugitivos com sua coragem.

Com a Lei Áurea, seu trabalho como Abolicionista terminou. Sua obra em prol da liberdade, foi reconhecida e alguns homens ilustres de Santos lhe ofertaram um relógio de ouro como homenagem do povo Santista.

13 de Maio

Autora: Regina Lacerda



No dia 13 de maio

Data da Abolição

Data esta marcada

Dentro de meu coração


Os Negros todos fugiam

No quilombo se escondiam

Quintino de Lacerda

Lá bem os recebiam

Dava-lhes casa e comida

Dava carinho também

até a data de hoje

Os Negros lhe querem bem

QUINTINO DE LACERDA O PRIMEIRO VEREADOR NEGRO DO BRASIL

A batalha judicial que se segue, chega aos tribunais paulistanos, e termina com a vitória de Quintino. Prevendo o desfecho em favor do líder negro, o presidente da Câmara, Manoel Maria Tourinho, renunciou ao mandato, seguido pelo vereador Alberto Veiga. O novo presidente José André do Sacramento Macuco, foi obrigado a empossar Quintino, mas renunciou também ao mandato, em seguida, declarando-se "enojado com o que via", segundo Francisco Martins dos Santos("Histórias de Santos").

Registra o mesmo Historiador que apenas um dos inimigos de Quintino permaneceu na Câmara, embora passasse a não mais comparecer às sessões, Olímpio Lima, diretor do jornal "A Tribuna do Povo".

As atividades da Câmara foram suspensas até 1º de junho, quando voltou a funcionar, sob a presidência interina do próprio Quintino.

No dia 9, os cargos vagos são preenchidos e, a 16, com base na Lei Eleitoral e devido às ausências em plenário, Quintino propõe e obtém, pôr unanimidade, a cassação de Olímpio Lima. O Jornalista, inconformado, voltou à Câmara a 12 de julho, tão logo foi empossado o novo presidente, Antônio Vieira de Figueiredo, mas foi solicitado a retirar-se, já que seu mandato fora cassado. Lima iniciou uma série violenta de ataques contra Quintino em seu jornal, e à própria Câmara, num processo que culminaria, pôr fim, com a revogação da Constituição Municipal autônoma , que fora em 15 de novembro de 1894 e durou menos de um ano.

Quintino de Lacerda morreu em 10 de agosto de 1898, deixando três filhos menores. Seu enterro foi acompanhado pôr um grande número de pessoas, um testemunho do reconhecimento de sua importância histórica.



Fonte: Historiadora de Santos Wilma Therezinha Fernandes de Andrade


Este resumo é parte do Trabalho Conclusão do Curso de Licenciatura Plena em História, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Santos da Universidade Católica de Santos.
Autora: Márcia Campelo.



Publicado no Diário Oficial do Municío

QUINTINO DE LACERDA - HEROI NEGRO DE ITABAIANA



Quintino de Lacerda - Itabaianense Heroi Negro
Chefe do Quilombo do Jabaquara e primeiro líder político negro de Santos. Nascido em 08 de junho de 1839, Quintino de Lacerda, foi o mais atuante agitador da abolição no litoral Paulista, garantindo abrigo a escravos fugitivos de toda a região do planalto, que aqui buscavam defesa.

O Quilombo do Jabaquara, na descrição de Silva Jardim, era verdadeiramente inexpugnável, defendido pelas encosta do morro do Jabaquara e com um único caminho de acesso permanentemente guardados pôr sentinelas de Quintino.

Em 1850 haviam 3.189 escravos em Santos, para uma população livre de 3.956 habitantes.

Não deixa de ser surpreendente que quinze anos depois já existia uma forte resistência organizada e que três meses antes da abolição do instituto da escravidão no Brasil, em Santos já não houvesse escravos. Tanto que dia 13 de maio de 1888 seguiram-se oito dias de festa populares, comícios, passeatas músicas e dança nas ruas.

Quintino de Lacerda, foi o centro das atenções e chegou a receber, em solenidade pública, um relógio de ouro, como um homenagem popular a seu mais querido líder abolicionista.

Com a abolição, o irrequieto Quintino lança-se à luta política, incorporando, pela primeira vez, os negros ao processo político na cidade. Organiza e comanda um batalhão na defesa contra uma possível invasão de tropas rebeldes interessadas em depor o Marechal Floriano Peixoto. Recebe, em reconhecimento, o título de Major Honorário da Guarda Nacional, em 1893.

Sua eleição para a Câmara municipal, em 1895, porém, faz eclodir uma grande crise política fomentada pêlos setores racista. Ela começa com a negação de sua posse como vereador.

, em seguida, declar

terça-feira, 10 de junho de 2008

QUINTINO DE LACERDA O HOMEM PÚBLICO

Quintino o Homem Público
QUINTINO DE LACERDA O HOMEM PÚBLICO

Logo após a proclamação da Republica, o Marechal Deodoro renuncia e assume a Presidência o Vice Marechal Floriano Peixoto.

Como este não convocou eleições para escolher um novo presidente da Republica, ocorreram várias revoltas contra Floriano Peixoto.

Quintino de Lacerda, como a maioria dos Santistas, deu seu apoio ao vice-presidente em exercício. Durante uma revolta da Marinha, Santos foi bombardeada e entre os batalhões formados pelo povo, um era liderado pôr Quintino de Lacerda.

Como recompensa, recebeu do Governo Federal o título de Major da Guarda nacional.

em 1895, Quintino de Lacerda foi eleito vereador, exercendo seu mandato, sem faltar à nenhuma sessão, sendo nomeado intendente de obras públicas.

morreu em 1898, sendo enterrado no cemitério do Paquetá, onde mais de 800 pessoas prestaram homenagem a este estimado personagem.

Raça Reação e Ação

Autor: Luiz Edson da Luz (João de Belo)

Vamos raça

Mostremos união

ou será que ainda

não aprendemos a lição



Nos espelhamos em Quintino

que sozinho teve força, brio e tino

um Baluarte da Abolição



Aguerrido, politizado

Líder, nato, destacado

jamais titubeou

Não ficou indiferente

agregou a sua gente

sua lida eternizou



Vamos raça

mostremos união

no final celebraremos

a luta jamais será em vão

VIDA DE QUINTINO DE LACERDA

Chefe do Quilombo do Jabaquara e primeiro líder político negro de Santos. Nascido em 08 de junho de 1839, Quintino de Lacerda, foi o mais atuante agitador da abolição no litoral Paulista, garantindo abrigo a escravos fugitivos de toda a região do planalto, que aqui buscavam defesa.

O Quilombo do Jabaquara, na descrição de Silva Jardim, era verdadeiramente inexpugnável, defendido pelas encosta do morro do Jabaquara e com um único caminho de acesso permanentemente guardados pôr sentinelas de Quintino.

Em 1850 haviam 3.189 escravos em Santos, para uma população livre de 3.956 habitantes.

Não deixa de ser surpreendente que quinze anos depois já existia uma forte resistência organizada e que três meses antes da abolição do instituto da escravidão no Brasil, em Santos já não houvesse escravos. Tanto que dia 13 de maio de 1888 seguiram-se oito dias de festa populares, comícios, passeatas músicas e dança nas ruas.

Quintino de Lacerda foi o centro das atenções e chegou a receber, em solenidade pública, um relógio de ouro, como uma homenagem popular a seu mais querido líder abolicionista.

Com a abolição, o irrequieto Quintino lança-se à luta política, incorporando, pela primeira vez, os negros ao processo político na cidade. Organiza e comanda um batalhão na defesa contra uma possível invasão de tropas rebeldes interessadas em depor o Marechal Floriano Peixoto. Recebe, em reconhecimento, o título de Major Honorário da Guarda Nacional, em 1893.

Sua eleição para a Câmara municipal, em 1895, porém, faz eclodir uma grande crise política fomentada pelos setores racista. Ela começa com a negação de sua posse como vereador.

A batalha judicial que se segue, chega aos tribunais paulistanos, e termina com a vitória de Quintino. Prevendo o desfecho em favor do líder negro, o presidente da Câmara, Manoel Maria Tourinho, renunciou ao mandato, seguido pelo vereador Alberto Veiga. O novo presidente José André do Sacramento Macuco, foi obrigado a empossar Quintino, mas renunciou também ao mandato, em seguida, declarando-se "enojado com o que via", segundo Francisco Martins dos Santos("Histórias de Santos").

Registra o mesmo Historiador que apenas um dos inimigos de Quintino permaneceu na Câmara, embora passasse a não mais comparecer às sessões, Olímpio Lima, diretor do jornal "A Tribuna do Povo".

As atividades da Câmara foram suspensas até 1º de junho, quando voltou a funcionar, sob a presidência interina do próprio Quintino.

No dia 9, os cargos vagos são preenchidos e, a 16, com base na Lei Eleitoral e devido às ausências em plenário, Quintino propõe e obtém, pôr unanimidade, a cassação de Olímpio Lima. O Jornalista, inconformado, voltou à Câmara a 12 de julho, tão logo foi empossado o novo presidente Antônio Vieira de Figueiredo, mas foi solicitado a retirar-se, já que seu mandato fora cassado. Lima iniciou uma série violenta de ataques contra Quintino em seu jornal, e à própria Câmara, num processo que culminaria, pôr fim, com a revogação da Constituição Municipal autônoma, que fora em 15 de novembro de 1894 e durou menos de um ano.

Quintino de Lacerda morreu em 10 de agosto de 1898, deixando três filhos menores. Seu enterro foi acompanhado pôr um grande número de pessoas, um testemunho do reconhecimento de sua importância histórica.



FONTE DO TEXTO

Publicação no Diário Oficial do Município de Santos em 09 de julho de 1989.

Trabalho Conclusão do Curso de Licenciatura Plena em História

Autora Márcia Campelo de Souza, na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Santos da Universidade Católica de Santos 68 páginas, data 30/11/1987.

Historiadora de Santos Wilma Therezinha Fernandes de Andrade .

EXALTAÇÃO A QUINTINO DE LACERDA

Autores: Gilberto de Oliveira (Giba)

Cláudio Santana (Santaninha)



Hoje lembra o povo Santista

Um pujante legalista; de mentalidade rara

Poucos sabem de sua História tão distante da memória

O Quilombo do Jabaquara


Falo de Quintino de Lacerda

O Condigno honorário; de uma Guarda Nacional

concedida então pelo governo; reconhecendo o

direito de toda sua causa legal.


Precaveu-se contra os rebeldes

Preparou todo o seu batalhão


sob seu pujante comando

Evitando assim a invasão

Foi tumultuada a sua posse

não deixou pôr terra o seu valor

que perante o tribunal paulista

Negro Abolicionista sagrou-se Vereador


Faça então constar

a lei que já nos foi dita

tanto para os imortais

ou para quem nela acredit

RECONHECIMENTO OFICIAL EM SANTOS

Reconhecimento Oficial Quintino de Lacerda
Santos, 19 de julho de 1991

Of. Nº 3722/91-SR

Req. Nº 2008/91

Prezado Senhor

Levo ao conhecimento de V. S.a que a Câmara Municipal de Santos, em sessão realizada a 27 de maio p. passado, aprovou requerimento de autoria da vereadora Sr.a Suely Maia, com subscrição desta Presidência, no sentido de ser consignado, em ata, voto de congratulações pela passagem do "Dia Municipal de Quintino de Lacerda", bem como solicitando o envio, à Comissão Permanente de Educação e Cultura desta Casa de Leis, do acompanhamento do "Projeto Quintino de Lacerda, que está em andamento, visando ao entrosamento dos Vereadores deste legislativo com todos os eventos ligados ao projeto supracitado.

Permita-me anexar ao presente cópia de justificativa ao requerimento em questão.

Valha-me o ensejo para reiterar a V. S.a protesto de elevado apreço.

Matsutaro Uehara

1º vice-Presidente

Dr. Gilberto Tayfour

Presidente

A

Associação de Defesa da Comunidade Negra e Sambista.

Justificativa

Ref. Req. N.º 2008/91

"Sr. Presidente;

Srs. Vereadores

A lei Municipal n.º 2557/62 instituiu 13 de maio "Dia Municipal de Quintino de Lacerda". Reavivar na memória do povo santista a História do Maior Líder Negro que existiu em nossa Região é nosso objetivo.

Quintino de Lacerda chefiou o Quilombo do Jabaquara, dando proteção aos escravos fugitivos, arriscando a própria vida pela causa abolicionista. Foi também Quintino de Lacerda vereador eleito em nossa cidade e Presidente desta Casa, na primeira legislatura republicana, enfrentando a discriminação e lutando pelos direitos constitucionais."

S.S./ 27 de maio de 1991

(a) Suely Maia

QUINTINO DE LACERDA







(1839 - 1898)



Resumo da História



Chefe do Quilombo do Jabaquara e primeiro líder político negro de Santos. Nascido em 08 de junho de 1839, Quintino de Lacerda, foi o mais atuante agitador da abolição no litoral Paulista, garantindo abrigo a escravos fugitivos de toda a região do planalto, que aqui buscavam defesa.

O Quilombo do Jabaquara, na descrição de Silva Jardim, era verdadeiramente inexpugnável, defendido pelas encosta do morro do Jabaquara e com um único caminho de acesso permanentemente guardados pôr sentinelas de Quintino.

Em 1850 haviam 3.189 escravos em Santos, para uma população livre de 3.956 habitantes.

Não deixa de ser surpreendente que quinze anos depois já existia uma forte resistência organizada e que três meses antes da abolição do instituto da escravidão no Brasil, em Santos já não houvesse escravos. Tanto que dia 13 de maio de 1888 seguiram-se oito dias de festa populares, comícios, passeatas músicas e dança nas ruas.

Quintino de Lacerda, foi o centro das atenções e chegou a receber, em solenidade pública, um relógio de ouro, como um homenagem popular a seu mais querido líder abolicionista.

Com a abolição, o irrequieto Quintino lança-se à luta política, incorporando, pela primeira vez, os negros ao processo político na cidade. Organiza e comanda um batalhão na defesa contra uma possível invasão de tropas rebeldes interessadas em depor o Marechal Floriano Peixoto. Recebe, em reconhecimento, o título de Major Honorário da Guarda Nacional, em 1893.

Sua eleição para a Câmara municipal, em 1895, porém, faz eclodir uma grande crise política fomentada pêlos setores racista. Ela começa com a negação de sua posse como vereador.

A batalha judicial que se segue, chega aos tribunais paulistanos, e termina com a vitória de Quintino. Prevendo o desfecho em favor do líder negro, o presidente da Câmara, Manoel Maria Tourinho, renunciou ao mandato, seguido pelo vereador Alberto Veiga. O novo presidente José André do Sacramento Macuco, foi obrigado a empossar Quintino, mas renunciou também ao mandato, em seguida, declarando-se "enojado com o que via", segundo Francisco Martins dos Santos("Histórias de Santos").

Registra o mesmo Historiador que apenas um dos inimigos de Quintino permaneceu na Câmara, embora passasse a não mais comparecer às sessões, Olímpio Lima, diretor do jornal "A Tribuna do Povo".

As atividades da Câmara foram suspensas até 1º de junho, quando voltou a funcionar, sob a presidência interina do próprio Quintino.

No dia 9, os cargos vagos são preenchidos e, a 16, com base na Lei Eleitoral e devido às ausências em plenário, Quintino propõe e obtém, pôr unanimidade, a cassação de Olímpio Lima. O Jornalista, inconformado, voltou à Câmara a 12 de julho, tão logo foi empossado o novo presidente, Antônio Vieira de Figueiredo, mas foi solicitado a retirar-se, já que seu mandato fora cassado. Lima iniciou uma série violenta de ataques contra Quintino em seu jornal, e à própria Câmara, num processo que culminaria, pôr fim, com a revogação da Constituição Municipal autônoma , que fora em 15 de novembro de 1894 e durou menos de um ano.

Quintino de Lacerda morreu em 10 de agosto de 1898, deixando três filhos menores. Seu enterro foi acompanhado pôr um grande número de pessoas, um testemunho do reconhecimento de sua importância histórica.



Fonte: Historiadora de Santos Wilma Therezinha Fernandes de Andrade


Este resumo é parte do Trabalho Conclusão do Curso de Licenciatura Plena em História, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Santos da Universidade Católica de Santos.
Autora: Márcia Campelo.



Publicado no Diário Oficial do Municío de Santos em 09 de julho de 1989.

RECONTAGEM - RACISMO


Apesar de ser crime, racismo persiste
Data: 27/02/2005
Há cerca de um mês uma jovem professora foi impedida de entrar no Teatro Tobias Barreto. O motivo? Ela é negra. Apesar de ter ido ao local como qualquer outra pessoa, pagando ingresso e tendo, portanto, o direito de assistir ao que bem quisesse, ela foi barrada. Fez denúncia, levou o caso até o conhecimento de movimentos representativos da comunidade negra, e não teve receio de relatar que foi tida como marginal. Racismo é crime contra a humanidade de caráter inafiançável.

Quem explica a situação é o coordenador geral da Casa de Cultura Afro-Sergipana, Severo D'Acelino, pesquisador da história e cultura negra. Ele milita no movimento negro desde a década de 60 e lamenta que apesar dos esforços empreendidos ao longo dos anos, a discriminação racial continua forte no país e Sergipe não fica atrás. A grande expectativa de Severo é que com a Conferência Estadual de Igualdade Racial, que acontece em Sergipe nos dias 8 e 9 de abril, promova ações mais concretas que impeçam o avanço do racismo no estado.

Severo observa que se faz urgente a afirmação de políticas públicas em relação ao negro, principalmente no que se refere à saúde e educação. Ele lembra da necessidade de se mudar comportamentos e atitudes, para que o negro possa ser respeitado e valorizado em todos os níveis, tendo seus direitos constitucionais legítimos assegurados na declaração dos direitos humanos. No âmbito da educação, o negro precisa, como observa Severo, de motivação e ainda de auto-estima para construção de sua identidade através de uma metodologia inclusiva onde a educação e aprendizagem possam de fato, dar a ele dignidade.
"O negro não nasceu para ser infeliz, e nem para fugir de sua própria raça, como solução para se manter na sociedade", observa o pesquisador. Ele atenta que o pardo e o mulato não se consideram negros e que Sergipe tem 86% da sua população um contingente da raça negra. Severo observa ainda que desde 1968, pesquisa essa questão. Negro, ele é de família oriunda dos canaviais do Cotinguiba tem em Gilberto Freire uma grande referência. Apesar de todo o esforço, uma lamentação: relata que a casa de cultura afro está praticamente de portas fechadas, por não ter como manter as atividades, sem recursos financeiros.
Ações - Mesmo com tantas dificuldades, Severo explica que Sergipe possui diversas ações afirmativas que foram alcançadas durante todos os anos de militância dos movimentos negros. A Casa de Cultura se destaca com o projeto João Mulungu Vai a Escola, levando conhecimento e informação do negro, e índio sergipano dentro de um processo étnico, histórico e cultural aprovado pelo Colegiado de Educação da Universidade Federal de Sergipe - UFS e reconhecido pelo Ministério da Educação.
A Casa de Cultura possui ainda ação de cunho legislativo com o reconhecimento do herói negro sergipano e a introdução de cultura negra na educação e em concursos públicos do estado. Existem ainda diversos projetos como o SOS Racismo no âmbito da comunidade e principalmente no seio da polícia, atingindo a Polícia Militar e Civil. "Hoje, há um entendimento bem melhor por parte da polícia em relação aos negros. Ainda não é o ideal. Existem casos graves de crimes contra o negro por parte da polícia, mas o passado é pior", explica Severo.

Ele lembra que o negro simplesmente por estar andando nas ruas, correndo ou nada fazendo, era visto como elemento nocivo à sociedade e apanhava publicamente por qualquer motivo. Hoje existe um entendimento maior e a PM vem buscando uma parceria com as entidades negras. Um outro trabalho é o Curso de Extensão mantido pela Casa de Cultura através do Centro de Pedagogia Afro-Sergipana, com o direito de promover a capacitação de professores nos assuntos de educação e aprendizagem na ação inclusive dos temas afros e indígenas.

Os cursos são de 40horas realizados em finais de semana e acontecem na sede da Casa de Cultura no bairro Siqueira Campos atendendo a universitários e professores. Dentre os temas debatidos, fica, como diz Severo, o problema da fuga empreendida pelo negro, de sua própria raça, para sobreviver. "É nesse sentido que esperamos ver as ações resultantes da Conferência Estadual, promover mudanças estruturais para que a igualdade racial seja o sinônimo da unidade e diversidade", observa o pesquisador.
Direitos e apoio - Severo D'Acelino atenta que por muitas vezes, o negro se sente constrangido e teme denunciar o racismo. Com isso, sofre calado, tem problemas cardíacos, estresse, palpitações e depressões profundas. Ele observa que há medo de denunciar para não perder o emprego. Outras vezes promove a denúncia, mas o racismo é qualificado como difamação e a pena para o infrator é atenuada. Ele conta que a Casa de Cultura recebe diariamente mais de 10 telefonemas por denúncia de racismo, mas, no momento, de testemunhar as pessoas temem se pronunciar.

A maioria não quer ir à delegacia, se sente inibida, por muitas vezes ser alvo de brincadeiras maldosas como piadas. Diante de tudo isso, Severo observa que seria importante uma delegacia específica para o atendimento dos negros e tratamento dos casos de racismo. "Isso deixaria as pessoas menos constrangidas e seguras de seus direitos, para que cheguem à Justiça sem sofrer nenhuma discriminação", ressalta. Sobre a Justiça, ele atenta que essa ainda não age com austeridade contra o crime de racismo.

Observa que poucas vezes, o racismo é configurado como deveria, o pesquisador lembra que o crime passa a ter muitas faces, muitos rótulos e quando se chega a um processo, por vezes, já se trata de outra acusação. "Precisamos lembrar o passado, de personalidades negras de Sergipe. Entre elas, estão: Tobias Barreto, Silvio Romero e João Mulungu. Eles não podem ser esquecidos", observa Severo deixando no ar a pergunta: se estivessem vivos também seriam discriminados?
Parceria - Ainda em relação a Conferência Estadual de Igualdade Racial, o secretário de Estado da Justiça e Cidadania, Emanuel Cacho esteve na manhã do último dia 23 na cidade de Estância participando ao lado do prefeito daquela cidade, Ivan Leite e de representantes de prefeitos de cidades circunvizinhas, da primeira de uma série de reuniões com prefeitos de Sergipe, no objetivo de conseguir apoio para a conferência que acontece pela primeira vez em Sergipe.

No dia 24, representantes da Sejuc estiveram em Nossa Senhora da Glória realizando a segunda reunião. Ele lembra que é de suma importância conseguir não só o apoio, mas subsídios dos prefeitos e assessores para a realização da conferência em Sergipe.
Site: http://www.correiodesergipe.com/lernoticia.php?noticia=3285

A GUERREIRA DO AMANHECER

MARIA EMILIA DOS SANTOS
D. BIBI
A guerreira do Amanhecer

Nascida e criada no Aribé em Aracaju no ano de 1927 em 30 de Agosto de Odília Eliza da Conceição e Acelino Severo dos Santos.
A menina irrequieta apelidada de carinhosamente de Bibi, estava sempre ocupada com os afazeres de casa, ajudando a criar seus irmãos e ainda pré-adolescente assumiu a responsabilidade do trabalho na fábrica de tecidos junto com sua irmã Nair.

Suas atividades políticas foi aperfeiçoada na fábrica junto com suas colegas operárias que como ela buscavam soluções para os problemas trabalhistas. Associou-se a JOC, Juventude Operária Católica surgida no seio da Igreja de onde fazia parte nas ações dos grupos.

Pertenceu ao Sagrado Coração de Jesus, foi grande colaboradora das obras da Igreja Nossa Senhora de Lourdes, sócia do Circulo Operário, contribuiu na construção do cinema Vera Cruz e estava presente em diversos Congressos Eucarístico e Operário, fazendo diversas viagens para fora do Estado na condição de representante. Voava sempre pela PANAIR. Hoje é Estrela na Constelação das Guerreiras do Amanhecer, sempre revitalizando e iluminando caminhos.

Sua vida em torno da família se estreitou mais ainda com o casamento de sua irmã Nair e a compra da Casa da Família, pelo antigo IAPETEC. Nunca descuidou da educação dos seus irmãos, seja na intelectual ou profissional, sua preocupação sempre esteve voltada para o coletivo, onde sua família era a prioridade.

Não se casou, suas ações estavam voltadas para as resoluções das melhorias de sua classe, família e amigos. Teve diversos afilhados, participou ativamente como apôio aos companheiros sindicalistas e políticos “ Comunistas”, mesmo sem nunca ter se filiado a qualquer partido, ajudava e contribuía com todos, desde que a procurasse ou tivessem precisando de ajudas.

Foi assim que durante a linha dura dos militares, auxiliou diversos companheiros, dando-lhes guaritas, servindo de intermediária, escondendo documentos e dando apôio as suas famílias.

Bibi já tinha memória da repressão, pois com quatro anos de idade, já percebia as movimentações na Casa de sua Avó, Mãe Eliza, que fez do seu Terreiro um reduto de proteção aos perseguidos pelo regime repressor do governo Maynard, que perseguia o Candomblé e os Comunistas.

A JOC não era bem vista pela classe política e era em determinado momento, considerada subversiva. Foi neste clima que viveu MARIA EMILIA DOS SANTOS, uma mulher extrovertida, amiga, acolhedora, ríspida, intolerante, dominadora, meiga, autoritária, chorona, empreendedora. Uma Mulher capaz de se excluir para incluir os outros. Sempre lutou por melhorias e suas atividades sociais estavam sempre, agregadas as atividades políticas, as políticas de sua reflexão.
Contribuiu com diversas associações, fundou e ajudou fundar outras tantas e contribuía inclusive com mensalidades.

Aposentada da Fábrica, não descansou um só minuto, fazia de suas amizades e conhecimentos, instrumentos pedagógico para o desenvolvimento da comunidade, seja arranjando emprego, encaminhando aos estudos, conseguindo apôio para famílias necessitadas, denunciando as condições da comunidade, criticando políticos, profissionais, agentes comunitários e outras lideranças por entender lesivas ou invasivas a comunidade.

Foi a grande incentivadora do seu irmão mais novo. Severo D’Acelino a quem chamava José. Foi Pai, Mãe, Critica Orientadora. Desde cedo o encaminhou a comunidade educacional e sempre o estimulou através dos seus exemplos a ações multiplicadoras. Foi sua crítica ferrenha. Incentivava o Teatro, as Tradições Populares e fundamentava as manifestações da Cultura Negra, criticando o modelo do Movimento Negro e suas relações com os demais participantes.

Estava sempre atenta a mídia, e qualquer movimento cultural.
Ajudou na sua formação intelectual, artística, militar etc. e contribuiu
com espaços a construção do Movimento Negro em Sergipe através do Grupo Regional de Folclore e Artes Cênica Amadorista “Castro Alves”, a atual Casa de Cultura Afro Sergipana, acompanhando todas as suas ações, fazendo inclusive por três gestões, parte da sua Diretoria.

Na área da educação e saúde e ação social, muito contribuiu, assumindo inclusive a manutenção da Escola Comunitária que manteve por muito tempo em sua residência e que por lá passaram centenas de alunos da Prainha do Santos Dumont.

Manteve até a sua morte, estreita relação com a Igreja e seus membros, adotando a Igreja de São Francisco como a sua Paróquia em substituição a Nossa Senhora de Lourdes do Bairro Siqueira Campos, onde muito contribuiu, mas que com sua mudança para o Santos Dumont, após a sua aposentadoria e para tomar conta do seu Pai, adotou o Animpum como a sua prioridade.

Construindo ações alternativas para a melhoria da Comunidade. Uma das suas ações foi a sugestão de compra pela Prefeitura do terreno ao lado de sua casa, para promover atendimentos a comunidade e como a primeira Dama era de suas relações, o ato foi consumado e convidada a prestar serviços ao município na área social, tornou-se funcionária pública e mais cômoda para prestar serviços a comunidade.

Ultimamente, dizimista da Igreja, estava sempre ocupando as ondas da Rádio Cultura, criticando, batendo papo com os seus amigos locutores, dando informes sobre as questões gerais e especificas da comunidade e, como Amiga do ALANON, estava sempre participando das reuniões. A sua participação na Rádio, notabilizou pelo jargão “Boa Noite, Boa Tarde ou Bom Dia Santos Dumont!!!”

Não posso enumerar as ações em torno de Dona EMILIA. Dona BIBI, a quem carinhosamente a chamava de FILHA e tive a infelicidade de estar ausente na sua partida. Meu coração já não bate com tanta freqüência. Minha Irmã, Minha Irmãe, Minha Filha, a que tanto amo, e lutamos juntos contra as ações invasivas de suas doenças, tardiamente diagnosticadas e, em 31 de Janeiro de 2007 a pouco mais de três horas da tarde, a perdemos.

O momento de Tributo é fugaz, trazem-nos imagens tênue, distorcidas, claras, escuras, mais nítidas de toda uma vida. De toda uma memória.

“Eu fui para Deus e não
esquecerei daqueles que amei
consolai Senhor, os que sofrem
com a minha morte, por que foi
grande a minha agonia.
Maior é a minha alegria na
Imensa gloria do Senhor.
Uma lágrima, uma dor, uma
Saudade deixei no coração de
todos que me conheceram e me
amaram. Mas, se o Senhor assim
quis, seja feita a sua Santíssima
vontade”


Bibi, o chamado nos deixou triste e
inconsoláveis, mais assim como Deus
a chamou para perto de si,
certamente nos confortará dando o
fortalecimento e a convicção de que
Você, apenas Nasceu para a Vida
Eterna.

A GUERREIRA DO AMANHECER


MARIA EMILIA DOS SANTOS
D. BIBI
A guerreira do Amanhecer

Nascida e criada no Aribé em Aracaju no ano de 1927 em 30 de Agosto de Odília Eliza da Conceição e Acelino Severo dos Santos.
A menina irrequieta apelidada de carinhosamente de Bibi, estava sempre ocupada com os afazeres de casa, ajudando a criar seus irmãos e ainda pré-adolescente assumiu a responsabilidade do trabalho na fábrica de tecidos junto com sua irmã Nair.

Suas atividades políticas foi aperfeiçoada na fábrica junto com suas colegas operárias que como ela buscavam soluções para os problemas trabalhistas. Associou-se a JOC, Juventude Operária Católica surgida no seio da Igreja de onde fazia parte nas ações dos grupos.

Pertenceu ao Sagrado Coração de Jesus, foi grande colaboradora das obras da Igreja Nossa Senhora de Lourdes, sócia do Circulo Operário, contribuiu na construção do cinema Vera Cruz e estava presente em diversos Congressos Eucarístico e Operário, fazendo diversas viagens para fora do Estado na condição de representante. Voava sempre pela PANAIR. Hoje é Estrela na Constelação das Guerreiras do Amanhecer, sempre revitalizando e iluminando caminhos.

Sua vida em torno da família se estreitou mais ainda com o casamento de sua irmã Nair e a compra da Casa da Família, pelo antigo IAPETEC. Nunca descuidou da educação dos seus irmãos, seja na intelectual ou profissional, sua preocupação sempre esteve voltada para o coletivo, onde sua família era a prioridade.

Não se casou, suas ações estavam voltadas para as resoluções das melhorias de sua classe, família e amigos. Teve diversos afilhados, participou ativamente como apôio aos companheiros sindicalistas e políticos “ Comunistas”, mesmo sem nunca ter se filiado a qualquer partido, ajudava e contribuía com todos, desde que a procurasse ou tivessem precisando de ajudas.

Foi assim que durante a linha dura dos militares, auxiliou diversos companheiros, dando-lhes guaritas, servindo de intermediária, escondendo documentos e dando apôio as suas famílias.

Bibi já tinha memória da repressão, pois com quatro anos de idade, já percebia as movimentações na Casa de sua Avó, Mãe Eliza, que fez do seu Terreiro um reduto de proteção aos perseguidos pelo regime repressor do governo Maynard, que perseguia o Candomblé e os Comunistas.

A JOC não era bem vista pela classe política e era em determinado momento, considerada subversiva. Foi neste clima que viveu MARIA EMILIA DOS SANTOS, uma mulher extrovertida, amiga, acolhedora, ríspida, intolerante, dominadora, meiga, autoritária, chorona, empreendedora. Uma Mulher capaz de se excluir para incluir os outros. Sempre lutou por melhorias e suas atividades sociais estavam sempre, agregadas as atividades políticas, as políticas de sua reflexão.
Contribuiu com diversas associações, fundou e ajudou fundar outras tantas e contribuía inclusive com mensalidades.

Aposentada da Fábrica, não descansou um só minuto, fazia de suas amizades e conhecimentos, instrumentos pedagógico para o desenvolvimento da comunidade, seja arranjando emprego, encaminhando aos estudos, conseguindo apôio para famílias necessitadas, denunciando as condições da comunidade, criticando políticos, profissionais, agentes comunitários e outras lideranças por entender lesivas ou invasivas a comunidade.

Foi a grande incentivadora do seu irmão mais novo. Severo D’Acelino a quem chamava José. Foi Pai, Mãe, Critica Orientadora. Desde cedo o encaminhou a comunidade educacional e sempre o estimulou através dos seus exemplos a ações multiplicadoras. Foi sua crítica ferrenha. Incentivava o Teatro, as Tradições Populares e fundamentava as manifestações da Cultura Negra, criticando o modelo do Movimento Negro e suas relações com os demais participantes.

Estava sempre atenta a mídia, e qualquer movimento cultural.
Ajudou na sua formação intelectual, artística, militar etc. e contribuiu
com espaços a construção do Movimento Negro em Sergipe através do Grupo Regional de Folclore e Artes Cênica Amadorista “Castro Alves”, a atual Casa de Cultura Afro Sergipana, acompanhando todas as suas ações, fazendo inclusive por três gestões, parte da sua Diretoria.

Na área da educação e saúde e ação social, muito contribuiu, assumindo inclusive a manutenção da Escola Comunitária que manteve por muito tempo em sua residência e que por lá passaram centenas de alunos da Prainha do Santos Dumont.

Manteve até a sua morte, estreita relação com a Igreja e seus membros, adotando a Igreja de São Francisco como a sua Paróquia em substituição a Nossa Senhora de Lourdes do Bairro Siqueira Campos, onde muito contribuiu, mas que com sua mudança para o Santos Dumont, após a sua aposentadoria e para tomar conta do seu Pai, adotou o Animpum como a sua prioridade.

Construindo ações alternativas para a melhoria da Comunidade. Uma das suas ações foi a sugestão de compra pela Prefeitura do terreno ao lado de sua casa, para promover atendimentos a comunidade e como a primeira Dama era de suas relações, o ato foi consumado e convidada a prestar serviços ao município na área social, tornou-se funcionária pública e mais cômoda para prestar serviços a comunidade.

Ultimamente, dizimista da Igreja, estava sempre ocupando as ondas da Rádio Cultura, criticando, batendo papo com os seus amigos locutores, dando informes sobre as questões gerais e especificas da comunidade e, como Amiga do ALANON, estava sempre participando das reuniões. A sua participação na Rádio, notabilizou pelo jargão “Boa Noite, Boa Tarde ou Bom Dia Santos Dumont!!!”

Não posso enumerar as ações em torno de Dona EMILIA. Dona BIBI, a quem carinhosamente a chamava de FILHA e tive a infelicidade de estar ausente na sua partida. Meu coração já não bate com tanta freqüência. Minha Irmã, Minha Irmãe, Minha Filha, a que tanto amo, e lutamos juntos contra as ações invasivas de suas doenças, tardiamente diagnosticadas e, em 31 de Janeiro de 2007 a pouco mais de três horas da tarde, a perdemos.

O momento de Tributo é fugaz, trazem-nos imagens tênue, distorcidas, claras, escuras, mais nítidas de toda uma vida. De toda uma memória a uma Guerreira que hoje é Estrela.

“Eu fui para Deus e não
esquecerei daqueles que amei
consolai Senhor, os que sofrem
com a minha morte, por que foi
grande a minha agonia.
Maior é a minha alegria na
Imensa gloria do Senhor.
Uma lágrima, uma dor, uma
Saudade deixei no coração de
todos que me conheceram e me
amaram. Mas, se o Senhor assim
quis, seja feita a sua Santíssima
vontade”


Bibi, o chamado nos deixou triste e
inconsoláveis, mais assim como Deus
a chamou para perto de si,
certamente nos confortará dando o
fortalecimento e a convicção de que
Você, apenas Nasceu para a Vida
Eterna.

A GUERREIRA DO AMANHECER




O momento de Tributo é fugaz, trazem-nos imagens tênue, distorcidas, claras, escuras, mais nítidas de toda uma vida. De toda uma memória.

“Eu fui para Deus e não
esquecerei daqueles que amei
consolai Senhor, os que sofrem
com a minha morte, por que foi
grande a minha agonia.
Maior é a minha alegria na
Imensa gloria do Senhor.
Uma lágrima, uma dor, uma
Saudade deixei no coração de
todos que me conheceram e me
amaram. Mas, se o Senhor assim
quis, seja feita a sua Santíssima
vontade”


Bibi, o chamado nos deixou triste e
inconsoláveis, mais assim como Deus
a chamou para perto de si,
certamente nos confortará dando o
fortalecimento e a convicção de que
Você, apenas Nasceu para a Vida
Eterna.

A GUERREIRA DO AMANHECER




“Eu fui para Deus e não
esquecerei daqueles que amei
consolai Senhor, os que sofrem
com a minha morte, por que foi
grande a minha agonia.
Maior é a minha alegria na
Imensa gloria do Senhor.
Uma lágrima, uma dor, uma
Saudade deixei no coração de
todos que me conheceram e me
amaram. Mas, se o Senhor assim
quis, seja feita a sua Santíssima
vontade”


Bibi, o chamado nos deixou triste e
inconsoláveis, mais assim como Deus
a chamou para perto de si,
certamente nos confortará dando o
fortalecimento e a convicção de que
Você, apenas Nasceu para a Vida
Eterna.

A GUERREIRA DO AMANHECER



O momento de Tributo é fugaz, trazem-nos imagens tênue, distorcidas, claras, escuras, mais nítidas de toda uma vida. De toda uma memória.

“Eu fui para Deus e não
esquecerei daqueles que amei
consolai Senhor, os que sofrem
com a minha morte, por que foi
grande a minha agonia.
Maior é a minha alegria na
Imensa gloria do Senhor.
Uma lágrima, uma dor, uma
Saudade deixei no coração de
todos que me conheceram e me
amaram. Mas, se o Senhor assim
quis, seja feita a sua Santíssima
vontade”


Bibi, o chamado nos deixou triste e
inconsoláveis, mais assim como Deus
a chamou para perto de si,
certamente nos confortará dando o
fortalecimento e a convicção de que
Você, apenas Nasceu para a Vida
Eterna.

A GUERREIRA DO AMANHECER


MARIA EMILIA DOS SANTOS
D. BIBI
A guerreira do Amanhecer

Nascida e criada no Aribé em Aracaju no ano de 1927 em 30 de Agosto de Odília Eliza da Conceição e Acelino Severo dos Santos.
A menina irrequieta apelidada de carinhosamente de Bibi, estava sempre ocupada com os afazeres de casa, ajudando a criar seus irmãos e ainda pré adolescente assumiu a responsabilidade do trabalho na fábrica de tecidos junto com sua irmã Nair.
Suas atividades políticas foi aperfeiçoada na fábrica junto com sua colegas operária que em busca de soluções para os problemas trabalhistas, se associou a JOC, Juventude Operária Católica surgida no seio da Igreja de onde fazia parte nas ações dos grupos.
Pertenceu ao Sagrado Coração de Jesus, foi grande colaboradora das obras da Igreja Nossa Senhora de Lourdes, sócia do Circulo Operário, contribuiu na construção do cinema Vera Cruz e estava presente em diversos Congressos Eucarísticos e Operário, fazendo diversas viagens para fora do Estado na condição de representante.
Sua vida em torno da família se estreitou mais ainda com o casamento de sua irmã Nair e a compra da Casa da Família , pelo antigo IAPETEC. Nunca descuidou da educação dos seus irmãos, seja na intelectual ou profissional, sua preocupação sempre esteve voltada para o coletivo, onde sua família era a prioridade.
Não se casou, suas ações estavam voltadas para as resoluções das melhorias de sua classe, família e amigos. Teve diversos afilhados, participou ativamente como apôio aos companheiros sindicalistas e políticos “ Comunistas”, mesmo sem nunca ter se filiado a qualquer partido, ajudava e contribuía com todos, desde que a procurasse ou tivessem precisando de ajudas.
Foi assim que durante a linha dura dos militares, auxiliou diversos companheiros, dando-lhes guaritas, servindo de intermediária, escondendo documentos e dando apôio as suas famílias.
Bibi já tinha memória da repressão, pois com quatro anos de idade, já percebia as movimentações na Casa de sua Avô, Mãe Eliza, que fez do seu Terreiro um reduto de proteção aos perseguidos pelo regime repressor do governo Maynard, que perseguia o Candomblé e os Comunistas.
A JOC não era bem vista pela classe política e era em determinado momento, considerada subversiva. Foi neste clima que viveu MARIA EMILIA DOS SANTOS, uma mulher extrovertida, amiga, acolheideira, ríspida, intolerante, dominadora, meiga, autoritária, chorona, empreendedora. Uma Mulher capaz de se excluir para incluir os outros. Sempre lutou por melhorias e suas atividades sociais estavam sempre, agregadas as atividades políticas, as políticas de sua reflexão.
Contribuiu com diversas associações, fundou e ajudou fundar outras tantas e contribuía inclusive com mensalidades.
Aposentada da Fábrica, não descansou um só minuto, fazia de suas amizades e conhecimentos, instrumentos pedagógico para o desenvolvimento da comunidade, seja arranjando emprego, encaminhando aos estudos, conseguindo apôio para famílias necessitadas, denunciando as condições da comunidade, criticando políticos, profissionais, agentes comunitários e outras lideranças por entender lesivas ou invasivas a comunidade.
Foi a grande incentivadora do seu irmão mais novo. Severo D’Acelino a quem chamava José . Foi Pai, Mãe, Critica Orientadora. Desde cedo o encaminhou a comunidade educacional e sempre o estimulou através dos seus exemplo a ações multiplicadoras. Foi sua crítica ferrenha. Incentivava o Teatro, as Tradições Populares e fundamentava as manifestações da Cultura Negra, criticando o modelo do Movimento Negros e suas relações com os demais participantes. Estava sempre atenta a mídia, e qualquer movimento cultural.
Ajudou na sua formação intelectual, artística, militar etc e contribuiu
com espaços a construção do Movimento Negro em Sergipe através da Grupo Regional de Folclore e Artes Cênicas Amadorista “Castro Alves”, a atual Casa de Cultura Afro Sergipana, acompanhando todas as suas ações, fazendo inclusive por três gestões, parte da sua Diretoria.
Na área da educação e saúde e ação social, muito contribuiu, assumindo inclusive a manutenção da Escola Comunitária que manteve por muito tempo em sua residência e que por lá passaram centenas de alunos da Prainha do Santos Dumont.
Manteve até a sua morte, estreita relação com a Igreja e seus membros, adotando a Igreja de São Francisco como a sua Paróquia em substituição a Nossa Senhora de Lourdes do Bairro Siqueira Campos, onde muito contribuiu, mas que com sua mudança para o Santos Dumont, após a sua aposentadoria e para tomar conta do seu Pai, adotou o Anipum como a sua prioridade. Construindo ações alternativas para a melhoria da Comunidade. Uma das suas ações, foi a sugestão de compra pela Prefeitura do terreno ao lado de sua casa, para promover atendimentos a comunidade e como a primeira Dama era de suas relações, o ato foi consumado e convidada a prestar serviços ao município na área social, tornou-se funcionária pública e mais cômoda para prestar serviços a comunidade.
Não posso enumerar as ações em torno de Dona EMILIA. Dona BIBI, a quem carinhosamente a chamava de FILHA e tive a infelicidade de estar ausente na sua partida. Meu coração já não bate com tanta freqüência. Minha Irmã, Minha Irmãe, Minha Filha, a que tando amo, e lutamos juntos contra as ações invasivas de suas doenças, tardiamente diagnosticadas e, em 31 de Janeiro de 2007 a pouco mais de três horas da tarde, a perdemos.
O momento de Tributo é fugaz, trazem-nos imagens tênue, distorcidas, claras, escuras, mais nítidas de toda uma vida. De toda uma memória.
“Eu fui para Deus e não
esquecerei daqueles que amei
consolai Senhor, os que sofrem
com a minha morte, por que foi
grande a minha agonia.
Maior é a minha alegria na
Imensa gloria do Senhor.
Uma lágrima, uma dor, uma
Saudade deixei no coração de
todos que me conheceram e me
amaram. Mas, se o Senhor assim
quis, seja feita a sua Santíssima
vontade”


Bibi, o chamado nos deixou triste e
inconsoláveis, mais assim como Deus
a chamou para perto de si,
certamente nos confortará dando o
fortalecimento e a convicção de que
Você, apenas Nasceu para a Vida
Eterna.

RELEITURAS (II)


A truculência e arrogância que sempre foi o movimento negro do PT

A Conferência Regional de Promoção da Igualdade Racial do ABC, realizada em São Bernardo , no último final de semana, revelou a existência duas concepções diametralmente opostas e antagônicas, na região, a respeito da luta contra o racismo e a discriminação racial e étnica: de um lado, o grupo do auto-proclamado "campo petista" que defende que o Partido tem a missão de dar a última palavra sobre tudo; de outro, os que vêem a Causa da promoção da igualdade racial como tarefa dos negros, dos indígenas e, em última instância de toda a sociedade brasileira, independente de Partidos.

Para o grupo do "campo petista", o mundo ainda se divide entre esquerda direita, mocinhos e bandidos, o bem e o mal, não há nuances e nem tonalidades possíveis no seu mundo bipolar; nesta divisão reducionista, simplista e mecânica do mundo, o movimento social negro se divide entre os negros de esquerda e os de direita; portanto, entre os negros do PT e os negros que não são do PT.

Em um mundo tão pobre assim, reduzido ao maniqueísmo primário, o Partido detém a verdade sobre e acima de todas as coisas; quem quer que ouse dela discordar atrai para si a ira dos deuses, antipatias gratuitas, torna-se um herético, um renegado, como nos velhos tempos em que os manuais do stalinismo faziam sucesso.

Ao contrário do stalinismo clássico, responsável pela morte de milhões de pessoas na União Soviética, o daqui é tosco, primário mesmo. Não tem nenhum refinamento se que é que se pode usar o termo para uma ideologia responsável pela morte de milhões de pessoas. Nem graça.

Se seus adeptos fossem encaminhados ao divã, o diagnóstico seria simples e rápido: trata-se da projeção de problemas existenciais, ressentimentos e recalques mal resolvidos, de uma vida emocional pobre, sem poesia nem esperança. O fato de ter como pano de fundo o terreno da psicanálise não o torna menos letal: também mata, ou pelo menos tenta, quando investe contra a reputação de todo aquele que ouse discordar das verdades eternas; quando se torna irradiador das energias do rancor e do ódio que torna os ambientes carregados.

A impressão que passam os seus seguidores é a de que a todo o momento se perguntam em voz baixa: "como é que alguém ousa discordar das nossas idéias?" A pergunta, porém, que não quer calar é: a quem este grupo representa? De quem se faz porta-voz? Do Movimento Negro, certamente que não é; do próprio PT, muito menos: afinal o Partido, faz tempo abandonou a inflexibilidade política.

A atmosfera de pequenas conspirações, intrigas típicas dos ambientes de em que se disputa poder – foi a tônica desde janeiro quando a Conferência começou a ser preparada. Primeiro, o grupo – cujo núcleo é formado por burocratas da máquina partidária e sindical, funcionários das Prefeituras e de mandatos parlamentares - pretendeu restringir as discussões e transformar a Conferência em um encontro de representantes de entidades – claro, todas mapeadas. Perderam.

A Conferência ocorreu em todas as cidades da região, com participação maior ou menor da sociedade civil e apoio dos prefeitos e do Consórcio Intermunicipal, que reúne os sete municípios do ABC. Depois mudaram as datas da Conferência ao menos duas vezes e o regimento que definia o número de delegados por cidade, pelo menos mais três. Tudo para tentar não perder o controle.

Podem ter conseguido, à custa da disciplina mantida à ferro e fogo pelo time escalado para a tarefa. Em compensação, o mesmo não se pode dizer da compostura, quando em mais de um episódio, inclusive na sessão de abertura promovida pelo Consórcio, aos berros ouvidos por quem participava da mesa de abertura, uma vereadora do tal grupo decretou perante a assessora executiva da Presidência do órgão, que tinha de fazer parte da mesa, assim como os seus convidados.

As pequenas manobras, os artifícios mesquinhos para limitar, restringir e evitar debates (que sempre podem gerar incômodos) se revelou logo no painel em que fui convidado para fazer uma "AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DESENVOLVIDAS PELO BRASIL E CUMPRIMENTO DOS COMPROMISSOS, ACORDOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS (OIT, DURBAN)", em substituição a Edna Roland, relatora da Conferência promovida pela ONU.

Fiz um balanço sucinto sobre o fato notório de todos que tem um mínimo de conhecimento da questão racial no país, saberem que o Brasil descumpre, há pelo menos 40 anos, a Convenção 111 da OIT, assim como também não vem cumprindo as demais Convenções e Acordos Internacionais que combatem e punem o racismo – em especial, a de Durban. Disse, entre outras coisas, que o ABC que foi capaz de eleger um presidente da República, não foi capaz até o momento de cumprir a Convenção 111, na medida em que um trabalhador negro continua ganhando, em média, menos que a metade de um trabalhador branco.

Assim que terminei minha fala, em que expus dados e números, fui avisado pelo dono da Mesa pelo microfone: "você ultrapassou três minutos". Penso que é inédito que um palestrante convidado para falar sobre um tema, encerre a sua fala, saudado com tamanha "delicadeza". Mas, enfim...

O pior estava por vir. Quem falou depois encarregou-se da defesa do Governo, o que gerou uma situação surreal, uma vez que a discussão em nenhum momento passou por perto de uma avaliação do Governo e sim do papel do Estado brasileiro que, de forma contumaz, descumpre acordos e compromissos internacionais, quando se trata do combate à discriminação. Ao contrário: elogiei a postura serena, séria e comprometida da Ministra Matilde Ribeiro que, com a experiência que tem sabe que a Causa da promoção da Igualdade Racial não pertence a um partido, e colocar abaixo o edifício do Estado racista que se mantém entre nós desde o período colonial, passando pelo império e pela República, não é tarefa apenas de um Governo, mas exige o envolvimento da sociedade como um todo.

Os militantes do grupo, porém, estão aí para o que der e vier: Hay gobierno, soy a favor. Qualquer Governo, desde que, seja o deles, claro! Ao tentar responder a uma pergunta sobre a ausência de ações afirmativas na região, citei o fato de que em Santo André e Diadema – as duas únicas cidades que criaram algum tipo de espaço para o debate da questão racial – esses organismos são apenas simbólicos, sem orçamento nem autonomia para a elaboração de políticas públicas. Fui interrompido por vaias e gritos. Condenado à fogueira da inquisição, nem esperaram ouvir que, embora simbólicos, considero um avanço que haja algum espaço para tratar do tema e que defendo sua ampliação e fortalecimento, assim como também defendo que, nos demais municípios sejam criados.

Com esse grau de sectarismo e partidarização e o regimento interno sendo votado por volta das 18h, numa Conferência iniciada às 8h da manhã, dá para se ter uma idéia do saldo: 95% das propostas clonadas às pressas dos documentos das Conferências Municipais realizadas em Mauá, S. Bernardo e Diadema, nenhuma discussão nos grupos – já que ninguém conseguiu articular uma frase completa graças às questões de ordem e de encaminhamento e um cansaço compreensível dado o adiantado da hora – e exibições explícitas de autoritarismo e arrogância.

O que na verdade é visível é que, ideologicamente, o grupo do auto-proclamado "campo petista" é a vanguarda do que há de mais atrasado nas máquinas sindical e partidária e se pauta pelo anacronismo das plenárias, em que se disputa o poder com as velhas armas e expedientes – a calúnia contra quem discorda, as puxadas de tapete, os pequenos e mesquinhos lances de esperteza. Quem, como eu, já conhece e foi vítima dessa cultura sabe muito bem do que estou falando.

Sabe também que o transplante dessa cultura e métodos para a luta pela promoção da igualdade racial – inclusive com os mesmos personagens – é desastrosa e só tem um resultado: o esvaziamento. As pessoas que pertencem a outros partidos, ou que não pertencem a partido nenhum, por entenderem que a Causa está acima de todos eles, se afastam.

Há, no PT, como em todos os partidos, militantes que respeitam a autonomia e a independência dos movimentos sociais. A ministra Matilde Ribeiro, é uma prova disso.

A truculência e arrogância do auto-proclamado grupo é pontual, residual, porém tem de ser barrada já, antes que algum burocrata, qualquer dia desses, acorde com a idéia de convocar uma plenária para a tomada da seguinte decisão: "Companheiros, como já sabemos que há negros bons – os nossos – e ruins – os que discordam de nós -, vamos agora decidir quem tem o direito de ser negro".

RELEITURAS ( I )

Cotas, um remédio que é veneno



José Roberto Pinto de Góes



O governo desistiu de instituir, por meio de uma medida provisória, cotas raciais no ensino superior e resolveu enviar um projeto de lei ao Congresso. Fez bem. O que está em jogo é muito importante para ser decidido, exclusivamente, por "movimentos" e organizações, encastelados na máquina governamental, que reivindicam para si o direito de falar pela "raça negra". Na verdade, não existe uma "raça negra", mas é preciso inventar uma para ser dela o por-voz. É de lamentar que, na opção pelo debate, exista mais o receio de comprar uma briga por resultados imprevisíveis do que a compreensão da magnitude da ruptura que está prestes a promover em nossa tradição republicana. Mas já é uma coisa.



A Constituição de 1988, como as anteriores, não reconhecem a idéia de raça como um critério real de distinção entre os indivíduos e a ela só se refere para dizer que é crime discriminar as pessoas por critério raciais. As cotas, por sua vez, são raciais, isto é, conferem legitimidade à idéia de raça. A bem dizer, a celebram. A razão apresentada por seus idealizadores é que, no dia-a-dia, critérios raciais são efetivamente importantes no destino de cada um, razão pela qual a solução seria assumir isso como um dado da realidade e tratar de amparar os racialmente oprimidos, o que inclui apoiar e promover a auto-estima racial entre eles.

O diagnóstico está errado e o remédio é um veneno.

Comparando ao resto do mundo, o Brasil não tem do que se envergonhar quando o assunto é a importância de critérios raciais no destino de cada um. Para provar o contrário, o governo divulga mil e uma interpretações de estatísticas recolhidas pelo IBGE e outros organismos. Nenhuma delas resiste a observação mais atenta, pois são todas construídas sobre equívocos, preconceitos e trapaças metodológicas. O racismo existe entre nós, sim, e cada manifestação sua é cruel e covarde, fere, avilta e humilha. Mas existe também presente na cultura brasileira uma grande aversão ao racismo que expressam numa vergonha de parecer racista. Somos miscigenados demais e possuímos um passado histórico muito particular – não podia ser diferente. Podemos não ser exatamente cordiais, a bem da verdade somos cada vez menos, mas não temos o defeito da intolerância racial, não somos escravos desta estupidez. Que Deus e os orixás nos conservem assim. O certo é que nenhum garoto deixa de entrar na universidade por causa da cor da pele. Não passa no vestibular quem não teve uma boa escola. E por não havê-las tido é que se é reprovado nos concursos para o serviço público, onde também querem criar cotas raciais. O problema está na escola que falta à população pobre de todas as cores. Todo mundo sabe disso, menos o governo.

O remédio prescrito é um veneno. Nem importa o quanto critério raciais influem na vida das pessoas, isso não pode ser tornado como um dado da realidade com o qual devemos nos conformar. Critério raciais não podem influir nos destinos dos indivíduos, pois não passam de preconceitos tolos, nascidos da ignorância e da imperfeição humana. A solução não esta em obrigar as pessoas a se declararem isto ou aquilo, ao mesmo tempo em que o orgulho racial é açulado (ninguém sabe onde fica a fronteira entre a auto-estima e o orgulho). Deviam parecer escandalosas as semelhanças de tudo isso com a Alemanha nazista.

O governo esta convencido de que somos um povo racista (nisso, ele não inova; historicamente, os governos sempre tiveram uma péssima impressão do povo). Mas não somos. Eles, os que nos governam, podem ser. No mais das vezes, são mesmo, sem saber e sem querer – o que apenas torna tudo mais lamentável e triste, mas não menos trágico. Num debate eleitoral, em 2002, Lula defendeu a idéia de que a ciência poderia ter a última palavra sobre a raça de um indivíduo. Muita gente preferiu fazer que não via, mas ele expressou uma idéia racista, mesmo sem saber. Sentir-se-ia ofendido se alguém o avisasse disso.

Parece que chegamos ao ponto em que nada mais escandaliza. Quem poderia dizer, até pouco tempo, que uma universidade como a UnB, em pleno sol do meio-dia, haveria de instituir uma comissão para atestar a filiação racial dos candidatos aos seus cursos de graduação ? Como já foi observado, foi criado o primeiro tribunal de pureza racial no Brasil. Um dia, a UnB vai ter vergonha do que andam fazendo em seu nome. Enquanto isso, uma meia dúzia de Zé Mané, Zé Goiaba e Zé Ruela vai ter o poder de distribuir certidões raciais por aí. Haja paciência. É cada vez mais difícil conservar a boa educação, mas isso não pode ser outra coisa senão sinal dos tempos.

José Roberto Pinto de Góes – Autor de tese sobre a escravidão, é historiador e professor da Uerj

Publicado no jornal O Estado de São Paulo de 13 de abril de 2004

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA


MUDANÇAS DE ATITUDES E COMPORTAMENTOS

Já pensou. Se nós os Negros, os Simpatizantes e Praticantes
de nossas manifestações: Sociais- Culturais e Religiosas
que pagamos impostos até de uma caixa de fosforo
Pagamos DÍzimos ás Igrejas
Contribuimos com Instituições Filampropicas
Campanhas. Damos esmolas etc
Já Pensou se nós tambem, contribuissem
com nossas Organizações e mensalmente
doassemos a Entidades um mínimo do mínimo que recebemos
Que contribuissemos com as nossas Comunidades de Terreiros
Cuidando do seu crescimento e manutenção
Para que de Fato pudessemos dizer
Sou Filho do Terreiro, Ile, Canzuar tal
é lá as minhas raizes ancestrais.
Meu Pai: Iyalorixá; Babalorishá; Zelador; Patrão etc
Conta com a nossa colaboração, para cuidar
do Ariexé, da Piana, dos Axés etc.
Colaboro com tais entidades culturais
Sou Negro e Participo do Debate, mesmo ausente
estou presente.
Não sou do Candomblé, mais respeito e participo
de minha cultura. Sou um fiscal dos manifestos.
Vamos Contribuir!

UNIÃO NA DIVERSIDADE


Nós os Negros
Nossas Organizações
Entidades
Grupos
Comunidades
Vivemos de favores
dos Usineiros, Politicos
Delegados, Policiais etc.
Somos incapazes de conseguir alguma coisa
que não seja de favores
Isso porque não Valorizamos
nossa Raça, nossa Cor, nossa Cultura
Vivemos a cultura da subserviência
e não temos CONCIÊNCIA de nossa Fôrça
na valorização da UNIÃO, da Solidariedade
Fazemos dcespesas com Roupas Novas,
para ir na Festa do Doutor
e negamos Colaboração, Apôio aos que fazem
a nossa luta.
Para muito de nós, só o branco pode dirigi o Negro
e o Negro não tem Condições de dirigir Negros
ou estar a frente de manifestos e organizações Negras
e é por isso que não participam,não frequenta,
não colaboram. Tem que falar com o Doutor.
É preciso que o Negro acredite no Negro
e Respeite o Coletivo.
O que fazemos? Cristalizamos o discurso da Casa Grande
e praticamos o que perversamente eles mandam praticar.
Mais de dois Negros juntos . é Motim. é Quilombo, é Pagode.Separa
E Agora

VISÕES


As Escolas tem que ensinar FILOSOFIA aos alunos, desde as primeiras letras até as Faculdades, para que possam valorizar o PENSAMENTO e aprender a REFLETIR. Reflexão é o que falta em todos nós. Principalmente a respeito das Questões e Condições do quesito Genero e Raça. Até hoje, Negro não Vota em Negro. Mulher não Vota em Mulher. Porque? Vamos Quebrar as Correntes Derrubar a Ponte e buscar Novos Caminhos. Represar os Olhos D'Agua e Desviar o Rio . Leia " VISÕES DO OLHAR EM TRANSE'

NEGRO SERGIPANO - Novas Achegas

Novos nomes para ser lembrados na luta dos negros sergipanos por igualdade: Malaquias, Crispim, Caetano, Raimundo, Rafael, Luis Antônio e João Veríssimo. Escravos executados em nossa terra em nome da liberdade e da luta contra a opressão. Nomes de pessoas que perderam a vida em nome de um ideal.

Wanderlei / Historiador Itabaianense

CONSPIRAÇÃO DO SILÊNCIO

Cuidado com a Síndrome do Pânico.!
-anciedades
-nervorsismos
-desconfianças
-desconfortos
-tristezas
-angustias
-sustos etc.
A Depressão causada pela violência das conspirações.

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Não vejo ninguem de minha Religião ou Movimento que seja solidário e enviem mensagem de conforto e rogatório aos Orixás para prover meu equilibrio e minhas fôrças na defeza contra as adversidades. Ao contrário, só pensam e mandam, os ebós de destruição. Mas Oxalá é o Deus da Misericordia e Exú esta na área.
XXXXXXXXXXXXXX
Uma vida toda dedicada a dar expressão a minha cultura nefra.defender os valores negros e lutar diuturnamente contra as discriminações e o banimento do negro na sociedade sergipana. Mim vejo, vilipendiado, roubado e desrespeitado, tendo que enfrentar o meu próprio grupo que mim discrimina e atentam contra minha históriia em constante linchamento, físico, moral, material e psicológico. Quem busca a visibilidade do Newgro e suas Tradições, se vê alijado e violentado.Excluido.

DESABAFO (i)

Ao povo do PT, dos espaços de Poderes, do sim. Sou um Negro preto, de marca e origem. sergipano do Brasil e não nego meu natural. Na minha cabeça o Orixá da Comunidade :Justiça :Epdemia. Sou contra as Kotas de Negros na Universidade, porque entendo que haja tempo de plantar e de colher. Vamos implementar mudanças no projeto de educação com a inclusão de nossas Culturas, Linguas, Histórias, Literaturas, Artes, Filosofia, Arquivo Humano, Diversidades, Religiões, etc. Resgatar a nossa Identidade e oportunizar formação intelectual e tecnologica, rompendo com as barreiras do silencio etnocida e produzir compensações funcionais e operacionais para o Povo Negro numa Isônomia Politica, Cultural e Econômica. Enquanto as nossas Culturas e Tradições não fizer parte das Grades Curriculares de Cursos, Concursos , Capacitações .Estarei sempre... contra as Kotas nas Universidades. Nós os Negros temos vergonha. Méritos e Potencialidade. Respeito as Kotas e desprezo o Paternalismo e o Sistema de Educação
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"Senhores Politicos Sergipano o Caderno de Educação " Metodologia Pedagógica da Educação Inclusiva" Produção do Projeto Cultural de Educaçã JOÃO MULUNGU VAI AS ESCOLAS . Proojeto Bem Sucedido da Casa de Cultura Afro Sergipana ,que consegra as Leis 4.192 Estadual e 10.639 Federal. Está mofando em Brasilia na SEPIR há quase dois anos. Deem uma força. Esse material é inédito no País e consagra as três culturas na formação intelectual e identidade racial dos estudantes. Tem mais de 6 mil textos e vai do Fundamental ao terceiro graus. É para disponibilizar para alunpos a professores. METODOLOGIA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Decidam pela Educação o Voto é certo e consciente.
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"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto
A verdadeira igualdade consiste em aquinhoar desigualmente seres desiguais." [ Rui Barbosa ]
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Minha decepção é ter sido educado para servir ao Estado e vejo que tenho que servir aos Prefeitos e Governadores. Resisto e sou excluído. Vilipendiado. Perseguido. Desqualificado. Ai esta solidão estes caminhos de incertezas e esta apologia aos personalismo. Esta apologia a traição mim faz lembrar o famoso pensamento do sábio Rui Barbosa " De t...) Estou perdido e desesperado. Minha prioridade é o Estado . Radicalizo com a Democracia e a Igualdade Racial

MENTALIDADE ESCRAVA

A Emancipação do Negro é dizer sim, para os do Espaço de Poder. É baixar a cabeça e obedecer. Dizer sim as KOTAS, sem titubear ou refletir. É não ter contraditório. É Viver no Céu Paternalista. É se reduzir para garantir a Bolsa de Alimento e ser sempre o Alvo da Policia e do Racista. É saber o seu Lugar.É aplaudir o Prefeito,Governador e Presidente, pela Educação eurocentrica e RACISTA em volga no Brasil até hoje. Bravos os Filhos das Kotas nas Universidades.

REFLEXÃO IN CÂNTICO NEGRO.

...'Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!'

REFLEXÃO & CONSCIÊNCIA NEGRA

Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...

Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!

REFORMA NA EDUCAÇÃO

A Universidade Federal de Sergipe, poderia promover de fato a referencia de Iigualdade Racial e Desenvolvimento de uma Educação Democrática e de Qualidade. Basta colocar na Grade do Vestibular 40% de conteúdo da Cultura Negra e 20 % da Cultura Indigena. Garanto que as escolas públicas e as particulares colocariam em prática o Decreto Federal, que a mais de 5 anos descumprem. Ta aí o significado das Kotas. e a Responsabilidade Social da Universidade Federal lde Sergipe., que deixaria de ser etnocentrica para ser multiculturalista

PODER DE PODER

Dizia Rebouças em século passado que...
" Para que Ninguem seja Perseguido e tenha seus Direitos Violados
É Necessártio que o PODER detenha o Próprio PODER"
Ele foi Secretário de um dos Prtesidentes de nossa Proviuncia . Era Negro e Baiano. O Pai de André Rebouças" Salve os Baianos e a Bahia, lá os Negros aprendem a ser Negros tambem nas Escolas.

: XXXXXXXXX

..." E assim se fortalece a Politica do RACISMO INSTITUCIONAL que os Ministérios Públicos, poderiam acabar. Mas é público e notório a sua formação e interesse. Será que vivemos numa Democracia. Será que temos Três Poderes ? Será que estes Poderes são Autonomos e Independentes? "

XXXXXXXXX

A Universidade Federal de Sergipe, vai aprovar as "Kotas", sem dar a mínima para a inclusão de conteudos da Cultura Negra e Indigena na Grade do Vestibular, o que forçaria as demais Escolas, Públicas e Particulares e inclusivel a própria Universidade, em dar dignidade a educação e praticar uma ação afirmativa, corrigindo a injustiça de séculos de exclusão do negro no processo de Educação e Formação Intelectual. Cristaliza portanto a Educação Racista, pela sua ideologia Etnocentrica.

INTOLERÂNCIA EM DEBATE

Reclamamos da Intolerância e somos intolerântes. preconceituosos. Buscamos a solidariedade e não somos solidários aos outros Queremos tudo e não damos nada. Deixamos nos esmagar, para esmagar o próximo. Somos negros e agimos como brancos.è um exercicio aterrador. É preciso bater na grama para espantar as cobras e identificar os que jogam pedras e esconde as mãos. Vamos Afirmar a Negatividade. " bem melhor é afirmar a negatividade do que negar a afirmação" Leibrai. Vivemos numa sociedade excludente, Racista e maniqueista, por isso é preciso bater na grama. Minha Voz...Ninguem ouve

UMAS & OUTRAS

Dizia Rebouças em século passado que...
" Para que Ninguem seja Perseguido e tenha seus Direitos Violados
É Necessártio que o PODER detenha o Próprio PODER"
Ele foi Secretário de um dos Prtesidentes de nossa Proviuncia . Era Negro e Baiano. O Pai de André Rebouças" Salve os Baianos e a Bahia, lá os Negros aprendem a ser Negros tambem nas Escolas.
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..." E assim se fortalece a Politica do RACISMO INSTITUCIONAL que os Ministérios Públicos, poderiam acabar. Mas é público e notório a sua formação e interesse. Será que vivemos niuma Democracia. Será que temos Tr|ês Poderes ? Será que estes Poderes são Autonomos e Independentes? "
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A Universidade Federal de Sergipe, vai aprovar as "Kotas", sem dar a mínima para a inclusão de conteudos da Cultura Negra e Indigena na Grade do Vestibular, o que forçaria as demais Escolas, Públicas e Particulares e inclusivel a própria Universidade, em dar dignidade a educação e praticar uma ação afirmativa, corrigindo a injustiça de séculos de exclusão do negro no processo de Educação e Formação Intelectual. Cristaliza portanto a Educação Racista, pela sua ideologia Etnocentrica.

POLITICA CULTURAL DE AÇÃO AFIRMATIVA

POLITICA CULTURAL DE AÇÃO AFIRMATIVA
UMA PROPOSTA DE REPARAÇÃO AOS EXCLUIDOS
INQUISIÇÃO OU REVOLUÇÃO DO DIREITOS A EXPRESSÃO.

O Estado de Sergipe precisa urgentemente promover uma Política Cultural de Ação Afirmativa, no sentido de estimular a produção Artístico- Literária da Periferia, aí incluindo as novas achegas dos acadêmicos que produzem através das suas investigações manifestos de revitalização da Identidade do Estado.
Neste sentido o Estado e Municípios, através de suas Secretarias, em vez de financiar os laureados enfadonhos , a chamada elite, os intelectuais de camarinhas, partidários do poder, com suas produções enfastiosas sobre os mesmos temas, desse preferência as produções dos novos, da periferia do poder e em vez de financiar, adquiri uma parte da produção, para distribuição interna, junto a rede escolar, colocando assim em evidência o Projeto Sergipanidade e, estimulando a classe empresarial a investir nas Idéias e Criatividade do sergipano .

Precisamos sair do século XVIII, buscar um modelo inclusivo e explicitar a presença do Governo e do Estado, como Parceiro dos Sergipanos e transformar este Território, numa oficina de criatividade coletiva onde os sergipanos, produzam, consumam , reconheçam e sejam reconhecidos pela suas expressões culturais, num desenvolvimento sustentável, sem a presença do paternalismo de Estado e de Governo, mas pela somação de esforços e estímulos, renovados a motivação. Hoje a moeda do desenvolvimento, chama-se Criatividade e para tal, precisa-se de IDÉIAS e este paradigma, chama-se Desenvolvimento da Tecnologia Cultural.

Não há méritos a ação paternalista do Estado e do Governo e Prefeitos em produzir culturas, eventos e manifestações. Isso é do Povo, dos Grupos e Indivíduos que, no âmbito de suas motivações, produzem Poesias, Músicas, Danças, Espetáculos, Teatro, Romances, Pesquisas Históricas, Educação, Tecnologia, Social, Religiosa etc e cabe ao Estado num processo Democrático, dentro de uma Ação Afirmativa, promover e criar instrumentos para participar das ações, revertendo uma parte destas produções para os Espaços Culturais e Educacionais como forma de participação, criando junto ao empresariado caminhos de debates e produções das idéias territorial. A Cultura do Estado é a somação das Culturas dos Municípios, sem essa presença não há indicadores culturais.

Precisamos promover a produção cultural, da presença do Estado e dos Governos e lutar contra toda forma de discriminações, do lixo autoritário colonialista eurocentrico e burguês, do Estado Produtor e controlador das Idéias, Criações, do Pensamento inovador. Quantas produções dos grandolas pagas com o dinheiro do povo estão empacadas, porque a periferia não foi convidada e não tiveram acesso aos eventos reservados e nem siquer foram distribuídas aos Arquivos, Bibliotecas, Clubes, Associações, Escolas etc. Quantos conhecimentos estão engavetados porque seus autores não têm condições de finalizar com edições. Interessante é que a Constituição do Estado já prevê isso, não é Governador, só não prever que os medalhões financiem suas produções com o dinheiro do povo. Verba pública. Queremos é que Estado e Municípios adquiram através dos seus órgão, uma quantidade das produções, inclusive dos medalhões, disponibilizando para a comunidade através dos Instrumentos Culturais de que dispõem.

O Governador e os Prefeitos poderiam avaliar a nossa proposta antes o espelho de suas administrações , respondendo a si mesmo: Quantas Escolas e Bibliotecas temos? Como estão em referencia a Autores Sergipanos. Como está representada a culturas e produção sergipana nas Escolas, Conselhos, Quem são os autores, artistas, pensadores, produtores do Estado, do Município. O que temos deles. Quais os instrumentos Pedagógicos para Formação Intelectual da Comunidade Estudantil que dispomos. Aí então estará traçado o Perfil de seu governo no âmbito da Cultura Tecnológica das Idéias e Criação. Isso é Desenvolvimento Cultural. A Educação se faz com Cultura. O Resto é Etnocídio – Racismo – Discriminações. Vamos Respeitar a Diversidade. ”Sem o paternalismo, nenhum NEGRO terá sua produção negra, apoiada pelo Governo. Isso é ruim. Com a Palavra o Governador e Prefeitos de Sergipe”

TERREIRO E ADEPTOS EM QUESTÃO ( I )


TERREIRO E ADEPTOS EM QUESTÃO
Este texto divide-se em duas partes. A primeira, de autoria de Severo D’Acelino, versa sobre a problemática da propriedade do Terreiro. A segunda, de autoria de João Hélio de Almeida, trata da auto-estima do candomblezeiro.
Severo D’Acelino
De quem é o Terreiro? Dos sacerdotes? Seus parentes ou da Irmandade?
Sou da Casa de Xangô Aiyrá, da Iyalorisha Mãe Eliza, seu neto sanguíneo e "Deixa". Nas minhas memórias, alcancei o Terreiro já no alto da Suissa Braba em Aracaju, era de esquina e tinha um grande terreno que abrigava duas Casas, o Terreiro e mais uma edificação nos fundos, onde morava o pessoal agregado.
O Terreiro maior que conhecia era o de Alexandre em Laranjeiras, onde minha Avó freqüentava, parece que era o único que ela ia. Lá as festas seguiam até um mês inteiro.
Certa vez fui surpreendido com a noticia de que minha Avó ia para o Rio de Janeiro e o Terreiro foi fechado, ela levou todos os assentamentos, e plantou o Axé lá na Ilha da Conceição, em Niterói.
Hoje este Axé está comigo. Foi plantado no Santos Dummont, após ser enviado de lá de Niterói por falecimento de minha Avó, de Bebé e Benício, respectivamente sua filha adotiva e o marido dela. Está no Iyle Ashe Opô Aiyrá – Comunidade Oni-Odé Olubojutô. Sou Deixa de minha Avó.
Não tenho lembranças de quem ficou no Terreiro da Suissa Braba. Só sei é que tempos depois o morro foi derrubado e se apropriaram das terras dela. Ato que a Prefeitura até então não resolveu.
Não entendi como um Terreiro podia mudar de lugar. Anos depois fiquei sabendo que o Terreiro de Zé de Abakossô, localizado na Baixa Fria, hoje Avenida Rio de Janeiro, foi vendido e ele transferiu tudo para o Rio de Janeiro.
Achei estranho, tanto minha Avó quanto Zé de Abakossô me surpreenderam. Pensei que tinha que ficar algum filho ou filha de santo no lugar, dando prosseguimento aos atos litúrgicos e não entendia como era possível vender um Terreiro!
Eu já tinha conhecimento de fechamento de Terreiros, não os da repressão pela policia, mas por morte dos Pais de Santos e sabido dos filhos de santos irem para outros Terreiros.
Na minha cabeça os Terreiros podiam até mudar de lugar, mas acabar, nunca. Em Laranjeiras, Alexandre tinha o Terreiro. E eu tinha conhecimento que o Terreiro era do Orixá (o dono era o Santo).
O Terreiro era num sítio grande e tinha uma Casa, onde abrigava os Santos e o pessoal. Em tempo de festas grandes se fazia um Caramanchão ao lado. Ele morava lá, mas tinha sua casa em Aracaju, no Siqueira Campos e lá em Laranjeiras sempre ficava alguém.
Quando ele morreu, houve uma parada, mas continuou com Tia Alira de Oiya que após seu falecimento, ficou a cargo de Cecilinha e com seu falecimento a família que já vinha querendo dividir em herança conflitou e como eu andava fazendo levantamento da herança cultural do Terreiro, iniciei o processo de tombamento para preservar o Patrimônio Histórico Cultural do mais antigo Terreiro de Sergipe e fui violentamente atacado, agredido e vilipendiado pela família. Ainda hoje guardo as imagens das agressões, da família e dos intelectuais contrários à memória do patrimonial negro e foi por isso que não fui à luta para reaver as terras do Terreiro de minha Avó, o medo de ser confundido e ser chamado de interesseiro e ladrão.
Ficou Umbelina com o Terreiro de Santa Bárbara Virgem. Com a sua morte, o Terreiro e a Irmandade (que irmandade?) ficou sob a responsabilidade de um grupo, liderado pela Mestra Alaíde que orientava D. Lourdes para o exercício da Sucessão, a fim de garantir a decisão da Antiga Loxa e das Entidades. Por fim D. Lourdes é a mais nova Loxa do Terreiro, a sucessora de Umbelina, mantendo os cincos Terreiros da Irmandade além das Taieiras. Com a sua morte, houve conflito e finalmente a sua filha de criação Bárbara, foi tutelada e assumiu a administração do Terreiro, da Irmandade e das Taieiras, até a saída de alguns insatisfeitos.
Sempre pensei e ainda penso que o Terreiro era e é do Orixá, um Templo Espiritual edificado e ou plantado em homenagem ao Orixá, administrado pelo seu Sacerdote / Sacerdotisa sem o embargo da materialidade dos parentes. O Terreiro é um Patrimônio dos seus seguidores e não da família do Sacerdote, Pai de Santo ou Zelador.
Na falta destes, mantido pelos filhos ou filhas, conforme as indicações seja da irmandade ou do Orixá Patrono, através de sinais, seja: sonhos, jogos divinatórios e ou manifestação pública do Orixá, indicando a sucessão do Pai de Santo, Zelador, Sacerdote.
Nunca pensei um Terreiro como herança patrimonial da família e de parentes dos Pais de Santos e sim como Herança de um Axé D'Orixá pertencente à Comunidade do Terreiro, ou seja, Irmandade, independente da sucessão espiritual recair sobre um parente.
Penso que a alternância do Poder Espiritual não está no prédio do Terreiro, mas é fortalecido principalmente nele, que emanam os fluidos energéticos onde estão plantados os diversos Axés e impregnado das energias dos diversos rituais.
Penso um Terreiro onde seus adeptos contribuam sistematicamente para a sua manutenção e crescimento, preservando o todo sem problema de continuidade, onde além dos espaços sagrados, tenha edificado os espaços domésticos e sociais, para abrigar os filhos, filhas, agregados e freqüentadores que venham em busca de tratamentos espirituais.
Penso um Terreiro que tenha seus espaços, mas o espaço do Pai de Santo, Babalorisha, Iyalorisha ou Mãe de Santo, independente deles terem suas residências, e devem ter. O espaço no Terreiro deve ser puramente funcional.
Penso a Comunidade de Terreiro contribuir mensalmente principalmente com o salário do Sacerdote, Zelador, Sacerdotisa etc., mesmo que estes tenham suas rendas.
Penso o Terreiro como uma empresa, com suas funções organizacionais e administração empresarial, onde seus filhos e filhas de santo, adeptos e simpatizantes, façam parte do conjunto de sócios contribuintes, preservando os ritus, ósseas, obrigações, festejos, oferendas etc.; concomitante as ações sociais e as prestações de serviços.
A manutenção do Terreiro deve ser atribuição dos seus seguidores, adeptos, filhos de santos. Enfim a Irmandade é que deve prover todas as ações e necessidades do Templo e suas manifestações, sejam de ordem Material e/ou espiritual.
Penso o Terreiro, remunerando seu pessoal de apoio, onde os ritus não podem ter problemas de continuidade e as suas presencias são imprescindíveis na parte espiritual e na segurança.
Penso que deve haver, sempre e garantida a sucessão, mesmo em vida do Sacerdote. Ele simplesmente pode e deve se aposentar e passar a reger o Conselho Sacerdotal do Terreiro.
O advento de herança, não expressão a continuidade e tem o teor de apropriação, propriedade, partilha etc. O certo no seio espiritual deve ser sucessão. Herança cheira a materialidade de natureza dispersiva e estática. O Axé deve ser revitalizado e preservado sim, como herança espiritual da ancestralidade do Terreiro.
Penso o Terreiro com sua política espiritual e social definida, com sua estrutura demarcada na temporalidade, organizacional e funcional, com gestões definidas. Neste ponto o viés econômico é importante, para dar suporte aos ritus, daí a necessidade de Regulação explicita, onde as funções se definem em beneficio de todos e defesa do Terreiro e da própria Irmandade.
São importantes, portanto as ações em torno de captação de rendas, onde os recursos oriundos de "contribuições, doações e prestações de serviços" se somem para garantir a continuidade e independência, dando personalidade a Irmandade na defesa da territorialidade.
Cabe, portanto, a Irmandade, envidar esforços para o crescimento e fortalecimento do Patrimônio Material e Imaterial do Terreiro, seja nas aquisições de bens, nas ampliações do território ou dos próprios bens do Terreiro, através de ações afirmativas e inovadoras.
Exemplifico aqui, que, da contribuição de 40 filhos de santo no valor de quinhentos reais, dará para adquirir uma propriedade na zona rural, um sítio, por exemplo, com mais de seis tarefas de terra. Aí é só plantar os Axés e estará caracterizada a ação patrimonial do Terreiro com personalidade da Irmandade, de resto é só se organizar e edificar o Templo do Orixá Patrono do Terreiro e da Irmandade. Aí não terá "herdeiros", só sucessor.
Historicamente os nossos Terreiros, são nas residências dos Pais e Mães de Santos, onde criam extensa família e mais ainda os agregados. A parte espiritual muitas das vezes se confunde com a doméstica. Seus compartimentos sagrados são violados seguidamente: Camarinha, Pegi, Roncó, Quarto de Exu, Barracão etc. Vez por outra, utilizados agregados a outras funções: "Guardar televisão, alojamento, encomendas, moveis, refeitório etc."
E, quando os Pais e Mãe de Santos morrem ou mudam de religião, os filhos sanguíneos acabam com o Terreiro, alegando que precisam dos espaços. Daí, os filhos e filhas de santo perdem o referencial e reféns da Intransigência dos "herdeiros", ficam à deriva e ou migram para outros espaços, sujeitos as mesmas reações.
Essa manifestação muita das vezes induz a perda de identidade e leva a outros caminhos. Alguns exemplos têm dado certo grau de unidade, quando alguém do grupo busca agregar todos em outro Terreiro da mesma matriz, mas a relação nem sempre dar certo, daí a migração é certa e mudam até de Orixás e Nações.
Outro Terreiro que se me afigura como destaque ao tema, é o antigo Terreiro "COSME DAMIÃO", da Zeladora Maria José das Areias, que foi dos Filhos de Obá em Laranjeiras. A Nação cultuada era Nagô Forte, diferenciado por uma batida e coreografia diferente do Nagô tradicional, esse Nagô ainda resiste no Terreiro de Mariinha, uma das filhas, que seria a sucessora da Zeladora.
O Terreiro de Maria José das Areia se localizava nas "Areias", antiga localidade de Aracaju, hoje denominada de Castelo Branco. Ali reuniu as mais diversas personalidades da vida sergipana que acorriam aos memoráveis festejos, que como Laranjeiras, duravam semanas.
A área do Terreiro era enorme e cada filho e filhas de santo, tinha ali seu espaço, onde construíam seus barracos, todos eles padronizados, onde poderiam habitar enquanto perduravam as obrigações.
Com o falecimento da Zeladora, houve o impacto inicial e depois o conflito de "Propriedade" "Fuga de Identidade", uma das filhas sangüínea foi apontada como sucessora da Zeladora e o estopim eclodiu com uma outra que não era de sangue e houve o famoso "Cisma", o Terreiro foi fechado por decisão da família, sua área vendida para uma empresa e a dispersão foi geral.
Para agregar os irmãos e irmãs a pretensa sucessora, edificou em sua residência um Terreiro e deu continuidade as ações espirituais da Nação enlutada e seu Terreiro teve outra denominação, encerrando assim as manifestações do Terreiro "São Cosme e Damião”.
Se houvesse coesão, hoje o "Terreiro São Cosme e Damião" estaria em pleno funcionamento, a Irmandade cada vez mais forte e seus Axés preservados. Mas o fantasma dos "herdeiros" extinguiu os esforços e a história da afamada Zeladora, Maria José das Areias e igual a elas tantos outros.
Centenas de Terreiros foram extintos com o falecimento dos seus cabeças, patronos, fundadores, gestores, heróis e heroínas que em vida se devotaram aos Orixás, Caboclos e Entidades do Panteão Africano em Sergipe, os nossos Ancestrais negros e índios.
Babá Abaolá
João Hélio de Almeida
A luta de Severo, principiando pelo ímpeto em tombar o terreiro de T’Alexandre de Laranjeiras, é uma mostra plausível da luta do negro pela preservação de seu patrimônio cultural. Luta essa que muitas vezes não produz resultados positivos e desestimulam, a ponto do mesmo desistir da empreitada em reaver suas terras da Suissa Braba. Digo suas por terem pertencido à sua falecida avó.
O que Severo escreveu pareceu-me um canto de “incelença” à sua religião. Uma decadência mortal do Culto aos Orixás.
Gostaria de apresentar minha contribuição ao tema comentando a respeito da procissão em homenagem a Oxum que acontece anualmente em Aracaju. O séqüito é um evento que faz parte dos festejos da padroeira da Capital Sergipana, Nossa Senhora da Conceição, partindo da Colina do Santo Antônio em direção à Catedral Metropolitana.
Há muito tempo eu ansiava por acompanhar esse cortejo. O que me impossibilitava a participação, era o fato de trabalhar como professor de História e Geografia no Ensino Fundamental da rede particular do município de Nossa Senhora do Socorro, e como feriado de 8 de dezembro é municipal e não estadual, eu sempre trabalhava nessa data.
O cortejo a que me refiro neste trabalho, foi o único que até agora tive a oportunidade de acompanhar. Ocorreu em 8 de dezembro de 2007, e assisti com certo desânimo e frustração. Foi tudo muito diferente daquilo que eu havia imaginado.
Pensei, talvez de forma romântica e sonhadora, que encontraria muitos negros, visto que Sergipe tem muitos negros e já os vi em quantidade nos terreiros que tive oportunidade de visitar. Imaginei me depararia com um povo altivo, sobranceiro, integrado, consciente e orgulhoso de sua identidade religiosa e da ocasião de praticar um ato público à vista de transeuntes, curiosos, turistas, admiradores etc.
Que decepção! Presenciei o contrário do que esperava. Ao invés da altivez e sobranceria, vi a timidez de um povo acuado, quase envergonhado de sua bela religião. Desde o início, na concentração, os filhos de santo estavam dispersos em pequenos grupos pelas calçadas, bancos e escadarias da Colina, meio que estranhos uns aos outros. Não sei se por questões de inimizades entre Terreiros ou por concorrência no Mercado de Prestação de Serviços Religiosos. Ainda que essas duas suposições estiverem certas, creio que aquele não seria o momento para inimizade ou concorrência mercadológica. Afinal, acredito que estavam ali para cultuar Mamãe Oxum, a linda deusa negra das águas doces, da fertilidade, da beleza, da riqueza, do ouro, do belo. Creio que Oxum, ali escondida no Rio Sergipe, ficou de lá olhando decepcionada.
Saiu o cortejo: a animação, a dança, a alegria, o entusiasmo inerente às Festas-de-Santo estava somente por conta do mini-trio e de uma meia-dúzia de adeptos. Os turistas, acadêmicos e curiosos estavam mais animados, tentando inclusive imitar alguns cantos ou passos de dança que eventualmente podem ter visto em algum Terreiro.
Os candomblezeiros pareciam apáticos, semblante descaído. Praticamente só cantava quem estava de posse do microfone, no mini-trio. Indaguei: será que é vergonha de pertencer ao Candomblé? Seria vergonha de estar em público? Se é vergonha, porque praticam o culto, por que vieram? Será que só estavam ali por obrigação forçada mais do que por amor a Oxum e à Religião?
Falando em auto-estima, creio que os seguidores do culto aos Orixás padecem de uma baixa auto-estima da qual eles mesmos são responsáveis, por não lutarem pelos seus direitos, e no dia que poderiam se mostrar para dizer quem são, “se encolheram”. São dominados pelo complexo de inferioridade e subserviência cultural, fruto dessa apática baixa auto-estima. Diante disso, acabam prestando vassalagem a uma cultura alheia à sua. Cadê a identidade? Quem não possui identidade e não respeita a memória de seus ancestrais não é digno nem de se auto-afirmar enquanto ser humano.
Quem age assim, na minha opinião, não tem nem o direito de numa ocasião posterior, reclamar de discriminação e preconceito, visto que eles mesmos, com sua covardia, fomentam essas atitudes.
Abrirei aqui um parêntese para comentar sobre uma viagem que fiz a Salvador em 2004. Na casa da família onde fiquei hospedado, conversa vai, conversa vem, findamos falando sobre Candomblé, Umbanda etc. Uma senhora falou sobre um Caboclo que sua mãe recebia. Um rapaz falou que seu pai, de Brejo Grande, Sergipe, também recebia um Caboclo e dava consultas. E eu pensei comigo mesmo: “é verdade... Estão dizendo isso porque estão aqui em Salvador, duvido que diriam isso em Sergipe”.
Fechado o parêntese, voltemos ao séqüito. A multidão, ávida para chegar o mais rápido possível à Catedral, para enfim ir embora, se desobrigando, quando chegou no trecho dos mercados, começou a se dispersar mais ainda, alguns indo admirar o Rio Sergipe – como se nunca o tivessem visto – outros entrando nas bibocas do mercado, ficando quase sem ninguém no cortejo. Foi preciso uma reprimenda do rapaz que estava no carro de som, chamando a atenção até de forma ríspida, para que as pessoas retornassem. Pobre rapaz cheio de boas intenções! Creio que se ele resolvesse ir embora, a procissão acabaria ali mesmo. Imagino a frustração daquela bela menina vestida de Oxum que ia à frente do cortejo.
Chegamos à Catedral. O padre falou alguma coisa de forma rápida esboçando alguma admiração pelas filhas-de-santo e foi embora. Uma mãe-de-santo também falou alguma coisa. Muitos sumiram ante a presença do padre, talvez por vergonha de se mostrarem vestidos com suas indumentárias diante da autoridade eclesiástica a quem pedem a benção e se confessam. Poucos entraram na Igreja.
Foram embora. Temo que também esteja indo embora a memória de nossos tataravôs africanos, trazidos para os mercados de carne humana em Sergipe. Que cantaram ao redor da fogueira.
Por causa de ações como essa, a cultura de nossos antepassados do outro lado do Atlântico só ganha vulto depois de branqueada e legitimada pela mídia. Feijoada é paixão nacional. Capoeira esporte brasileiro tipo exportação. Orixás são lendas e folclore, nas páginas de Jorge Amado e nas músicas de Clara Nunes. O branco legitimou, o negro agora pode usar. Hipocrisia! Covardia de negros degenerados.
Creio que Oxum chorou no dia 8 de dezembro de 2007. Suas águas doces, por alguns instantes devem ter-se convertido em água salgada, pelo pranto de suas lágrimas.
Ora iê iê Oxum.